Boletim semanal - ano 91 - n° 30

Santos, sexta-feira, 26 de julho de 2024

Foi intenso o “sobe e desce” nas cotações do café em Nova Iorque e Londres nesta semana. e o resultado foi negativo.

Como temos afirmado diariamente, em nossa opinião, os fundamentos permanecem os mesmos.

As preocupações com a oferta global de café são crescentes e inquietam o mercado. Ninguém mais dúvida da quebra na produção brasileira de café 2024/2025. O mês de julho ainda não terminou, e com o tempo seco, sem chuvas, a colheita brasileira avança com rapidez. Já devemos ter colhido perto de 80 % da produção deste ano. As informações que chegam de todas as regiões produtoras de arábica e de conilon, confirmam a quebra ante os números anteriormente estimados. A produção foi menor, como já ficou claro na colheita dos frutos. Depois, no benefício dos frutos colhidos e secos, aparece uma segunda quebra, com o volume severamente baixo de grãos peneiras 17 e acima. O volume de CDs - cereja descascados, também é menor nesta safra.

Domingo foi o dia mais quente já registrado na média global da Terra. Registro de 17,09°C é o maior da história e surge em meio a recordes consecutivos de calor e a uma série de fenômenos extremos. A Terra registrou o dia mais quente de toda a série histórica de medição de temperatura no domingo, com média global do ar na superfície de 17,09°C. E em pleno verão no hemisfério norte muitas partes do Mediterrâneo enfrentam riscos extremos de incêndios florestais. O valor mundial registrado quebrou o recorde anterior, estabelecido há um ano, de acordo com dados provisórios do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia – que tem registros de medições desde 1940 (fonte: jornal “O Estado de São Paulo”, de 24 de julho último. Veja mais informações no clipping de nosso site). No dia seguinte, segunda-feira, 22, esse recorde foi quebrado novamente.

Os problemas climáticos continuam, tanto no Brasil como nos demais países produtores de café, e com o La Niña entrando neste segundo semestre, aumenta, dia após dia, a preocupação com o tamanho da próxima safra global de café 2025/2026. Não há nenhuma previsão de normalização climática neste ano e no próximo.

Aproveitando o bom andamento dos trabalhos de colheita da nova safra 2024 no Brasil, que avançam com boa velocidade devido ao tempo favorável e ao menor volume produzido, interesses de curto prazo, de fundos e especuladores, derrubaram as cotações dos contratos de café nesta semana.

Os de arábica, na ICE Futures US, em Nova Iorque, abriram hoje o dia em queda e trabalharam assim até o fechamento do pregão. Os contratos para setembro, oscilaram 320 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 2,3300 por libra peso. Fecharam valendo US$ 2,3025, em queda de 445 pontos. Ontem, esses contratos subiram 355 pontos e anteontem caíram 795 pontos. Na terça-feira recuaram 395 pontos, e na segunda, subiram 485 pontos. Caíram nesta semana 795 pontos. Na sexta-feira passada fecharam valendo US$ 2,3820 por libra peso, recuando nessa semana 1.055 pontos. A queda, nesta semana e na passada, somou 1.850 pontos. Na semana anterior à passada, esses contratos subiram 1.980 pontos.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para setembro fecharam hoje valendo US$ 4.395,00 por tonelada, em queda de 93 dólares. Ontem subiram 68 dólares e anteontem, caíram 154 dólares. Na terça-feira recuaram 100 dólares e na segunda subiram 51 dólares. Caíram nesta semana 228 dólares, e na passada, 87 dólares. A queda, nestas duas semanas somou 315 dólares. Na semana anterior à passada, esses contratos acumularam alta de 432 dólares.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US permaneceram estáveis hoje. Fecharam o dia em 814.801 sacas. Há um ano eram de 532.248 sacas. Subiram neste período 282.553 sacas. Nesta semana esses estoques caíram 3.429 sacas. Na semana passada subiram 12.864 sacas. No mês de junho subiram 22.623 sacas e no mês de maio 125.013 sacas.

O dólar fechou hoje a R$ 5,6580 em alta de 0,18 %. Recuou 0,96% frente ao real nesta semana. Fechou a sexta-feira passada a R$ 5,6040.

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, em Nova Iorque, fecharam o pregão hoje valendo R$ 1.723,28. Fecharam a sexta-feira passada a R$ 1.765,77.

No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas ao longo da semana e boa parte dos vendedores permaneceu fora do mercado. Frente às necessidades do mercado, foi pequeno o volume de negócios fechados.

Há muita procura por lotes de CDs finos e graúdos, com boa porcentagem de peneiras 17 e 18, mercadoria rara nesta nova safra.

Até dia 26 os embarques de julho estavam em 1.821.886 sacas de café arábica, 679.107 sacas de café conilon, mais 252.355 sacas de café solúvel, totalizando 2.753.348 sacas embarcadas, contra 2.881.225 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 26 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 3.237.764 sacas, contra 3.289.159 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 26, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 795 pontos ou US$ 10,51 (R$ 59,50) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 19 a R$ 1765,77 por saca, e hoje sexta-feira, dia 26, a R$ 1723,28. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 445 pontos.

Escritório Carvalhaes